A revista Galileu publicou um artigo (veja aqui na íntegra) dissertando sobre a espécime de lobos pré-históricos gigantes, que embora extintos há 13 mil anos, ainda possuem admiradores pelo mundo, principalmente entre os fãs de Game of Thrones: os animais acompanham os membros da Casa Stark durante um bom período da história.
Recentemente uma nova análise de DNA da espécie Canis dirus, que inspirou a alcateia da série de George R. R. Martin, promete revelar mais detalhes da história desses animais.
No novo estudo, um time de 49 pesquisadores se uniu para sequenciar pela primeira vez o DNA da espécie, que vivia na América do Norte. Publicando suas conclusões em um artigo na revista Nature, a equipe relata que se baseou no material genético extaído de cinco sub-fósseis de lobos-terríveis (do inglês, dire wolves) encontrados nos Estados Unidos, alguns datando de mais de 50 mil anos atrás.
Em relação a espécie, Kieren Mitchell, um dos autores da pesquisa afirmou:
“Lobos-terríveis às vezes são retratados como criaturas míticas, como lobos gigantes rondando paisagens congeladas desoladas, mas a realidade acaba sendo ainda mais interessante”
O estudo mostra que os lobos pré-históricos eram tão diferentes de outras espécies caninas, como coiotes e lobos-cinzentos, que não eram capazes de cruzar entre si, o que contraria análises anteriores, baseadas apenas em sua morfologia. Segundo Mitchell, o sequenciamento genético mostrou que as duas espécies de lobo, que coexistiram no mesmo habitat há 10 mil anos, são “primas distantes”, como humanos e chimpanzés.
O pesquisador concluiu que:
“Embora os humanos antigos e os neandertais pareçam ter cruzado, assim como os lobos-cinzentos e coiotes modernos, nossos dados genéticos não forneceram evidências de que lobos-terríveis cruzaram com qualquer espécie canina viva. Todos os nossos dados apontam para o lobo-terrível sendo o último membro sobrevivente de uma linhagem antiga distinta de todos os caninos vivos.”
Resumo do artigo:
“Lobos-terríveis são considerados um dos grandes carnívoros mais comuns e difundidos no Pleistoceno América, mas relativamente pouco se sabe sobre sua evolução ou extinção. Aqui, para reconstruir a história evolutiva de lobos terríveis, sequenciamos cinco genomas de restos de sub-fósseis que datam de 13.000 a mais de 50.000 anos atrás. Nossos resultados indicam que, embora fossem morfologicamente semelhantes ao lobo cinzento existente, os lobos terríveis eram uma linhagem altamente divergente que se separou dos canídeos vivos há cerca de 5,7 milhões de anos. Em contraste com numerosos exemplos de hibridização em Canidae, não há evidência de fluxo gênico entre lobos terríveis e lobos cinzentos ou coiotes norte-americanos. Isso sugere que lobos terríveis evoluíram isolados dos ancestrais do Pleistoceno dessas espécies. Nossos resultados também apóiam uma origem primitiva de lobos terríveis no Novo Mundo, enquanto os ancestrais dos lobos cinzentos, coiotes e dholes evoluíram na Eurásia e colonizaram a América do Norte há relativamente pouco tempo.”
Fontes: revista galileu e nature.com
Imagens: nature.com